QUADRILHA QUE CLONOU CELULARES DE AUTORIDADES POLÍTICAS É PRESA NO MARANHÃO 18/07/2018 - 13:30
As polícias Civil e Federal do Maranhão, com o apoio da Polícia Civil do Paraná, deflagraram na manhã desta terça-feira (17/07), a Operação “Swindle ou Fraud”, cujo objetivo foi cumprir ordens judiciais de busca e apreensão, além de prisões preventivas contra suspeitos de clonarem linhas telefônicas e aplicarem golpes por meio de um aplicativo de mensagens. O nome da operação significa fraude em inglês.
Durante a operação, quatro pessoas foram presas, dois carros (uma BMW e uma Hilux SW4) e diversos celulares apreendidos. Outras duas pessoas, uma mulher e um vendedor ambulante, já haviam sido presas em junho, suspeitas de participarem dos golpes. A dupla emprestou contas bancárias para parte de depósitos.
O primeiro alvo da polícia foi o chefe da quadrilha. Ele foi o hacker que invadiu um grupo de conversa, descobriu o número de várias autoridades e clonou os chips para aplicar os golpes. O homem foi preso em sua residência, localizada num bairro nobre de São Luís.
As investigações se iniciaram depois que os suspeitos clonaram os aparelhos de cerca de 25 políticos, entre eles o aparelho celular da governadora do estado do Paraná, Maria Aparecida Borghetti, clonado quatro vezes no mês de março, deputados federais, estaduais e ministros de Estado que também tiveram os números clonados.
A organização criminosa aliciava laranjas para abrir contas e receber as transferências bancárias da lista de contatos das vítimas. O bando clonava as linhas telefônicas e solicitava empréstimos perante os contatos do titular da linha clonada. Somente este ano o chefe da quadrilha adquiriu cerca de 80 chips que foram adulterados.
“O papel desses presos era fornecer contas bancárias para que os estelionatários realizassem os golpes. Junto com eles, apreendemos os carros de luxo, celulares, cordões de ouro e relógios de marca”, explicou Rodrigo Souza, delegado-adjunto da Delegacia de Estelionato de Curitiba.
Ainda de acordo com o delegado, os golpistas se passavam pelas autoridades, alegando que tinham seu limite de transferência bancário excedido e solicitavam que a pessoa da lista de contatos da agenda telefônica fizesse uma transferência complementar para uma conta dada pelo falsário. Em alguns casos os golpistas encaminhavam boletos a serem pagos pelas vítimas, que acreditavam estar fazendo um favor para as vítimas.
Computadores da lan house em que o chefe da quadrilha era proprietário também foram apreendidos. A análise dos aparelhos devem ajudar a investigação a esclarecer como os bandidos agiam. A investigação foi assumida pela Polícia Civil do Maranhão, atendendo à súmula 48 do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determina que em casos de estelionatos, fique concentrada no local da obtenção da vantagem ilícita.
Todos os presos durante a operação, foram autuados pelos crimes de estelionato e associação criminosa. As investigações continuam a fim de identificar outras pessoas envolvidas com a quadrilha em outros estados brasileiros.